O projecto Wi-Go, de Luís Carlos Matos, aluno de Engenharia Informática da Universidade da Beira Interior, ficou em segundo lugar no MIT Venture Contest. Este projecto consiste num sistema robotizado que utiliza a tecnologia do sensor KINECT, criação da Microsoft que permite a interacção entre jogador e jogos electrónicos sem utilizar um joystick, para fazer com que um carrinho de compras siga pessoas com mobilidade reduzida, possibilitando assim que deficientes físicos possam fazer as suas compras sem dificuldades.
O Wi-Go proporciona o transporte de objectos sem dificuldade, não estando restrito a ser utilizado em centros comerciais, pois também poderá ser empregue em aeroportos ou hospitais, na distribuição de medicamentos ou refeições, dizendo o criador do projecto que este carrinho “tem um leque variado de utilizadores e não é apenas dedicado às pessoas com mobilidade reduzida”.
Apesar de não ter ganho nenhum prémio, o autor do projecto diz que conseguiu, através do concurso, muita notoriedade e contactos importantes, que poderão projectar o seu trabalho a um nível internacional. O próximo objectivo do aluno da UBI é comercializar e internacionalizar o Wi-Go, mas, segundo Luís Carlos Matos “é necessário criar uma empresa com uma base sólida e criar uma boa estrutura profissional para colocar o produto no mercado. Agora é o momento ideal”.
O estudante de Engenharia Informática admite que “a crise económica que o país e o mundo atravessam é uma barreira. O facto de sermos uma empresa recente e por muito bom que o produto seja, há sempre discriminação por sermos do interior, apesar dos bons profissionais da academia. Felizmente, projectos como o meu e outros têm vindo a desmistificar isso”.
Os projectos foram seleccionados por um júri internacional, especializado nas quatro aplicações tecnológicas do concurso: Ciências da Vida, Sistemas de Energia Sustentável e Transportes, Tecnologia da Informação e da Web e Produtos de Consumo e Serviços. Incluídas na última rúbrica estão as criações que visam satisfazer as várias necessidades dos consumidores e negócios, desde materiais de engenharia a processos para aplicações de High-Tech do consumidor, nos quais se inclui o projecto de Luís Matos. Nesta última fase do concurso foram seleccionados vinte projectos, cinco para cada categoria, ficando o Wi-Go na segunda classificação da sua categoria. Neste aspecto, Luís Carlos refere que o seu projecto tem a ”equipa com menos estrutura de apoio, ainda somos só estudantes que vamos agora entrar no mercado, os outros 19 concorrentes já têm estruturas montadas”.
Terminado o protótipo, Luís Carlos Matos adianta que “Esta versão já é muito semelhante ao produto final. Em termos estéticos não se vai alterar quase nada e digamos que só falta algum trabalho de ajuste em testes em ambiente real”.
A ideia do aluno da UBI surgiu “depois de verificada a necessidade de facilitar o dia-a-dia de alguns cidadãos que apresentam dificuldades ao nível da mobilidade. Procura unir o conhecimento tecnológico e a responsabilidade civil”, falta agora “melhorar o projecto a nível tecnológico, acrescentando mais sensores. Criar mesmo um produto final num mercado ainda não testado a 100 por cento”, diz Luís Matos.
O criador do Wi-Go não esperava que o seu projecto tivesse tanto impacto, pois já foi notícia em vários países como Brasil, EUA e Rússia.
Fonte: ubinforma
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